segunda-feira, 22 de abril de 2024

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

 27 de abril de 2024

Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8

Texto: 1João 4.1-21

Tema: Não creia em todo espírito (v.1)

 

Das quatro leituras bíblicas desse final de semana, duas são da mesma autoria: apostolo João. E como que um alerta, esse apostolo de Jesus escreveu: Não creia em todo espírito (v.1).

Dizem que: quem avisa, amigo é.

Você já foi alertado sobre algum perigo? É muito bom ter alguém que nos alerte sobre algo ruim.

O apostolo João, na construção grega da frase - não creia em todo espírito (v.1), enfatiza sobre algo que não deve vir acontecer jamais.

Como um conselheiro estava dizendo para a igreja que, ao invés de dar razão, os cristãos precisavam fazer um teste se aqueles espíritos que estavam aparecendo em nome de Jesus, eram de fato de Deus.

Como posso saber se alguém é de Deus ou não?

Como sempre, os falsos profetas estavam vagando pelo mundo. E por causa desses, João escreve enfatizando que nem todas as proclamações tinham sua origem em Deus.

Falsos profetas é usada só aqui nas cartas. Essa expressão não é usada por João em seu evangelho. É muito usada por João em Apocalipse (3x). O falso profeta é apresentado em Apocalipse como o segundo monstro. Para João, o falso profeta é diabólico e sua proclamação denuncia isso e por esse motivo, precisa ser testado.

Como posso saber se alguém é de Deus ou não? Primeiro: pela proclamação! Vocês conhecem o espírito de Deus (v. 2).

Os falsos profetas estão por aí e perturbam a vida da e na igreja.

Não creia em todo espírito (v.1). Quem avisa, amigo é!

Jesus não apenas se encarnou, Ele é gente, é homem. O que traz a proclamação de Cristo e possui o espírito de Deus, confessa Jesus como verdadeiro homem.

O apostolo João combatia a heresia do docetismo (heresia que nega a encarnação de Jesus). Diziam que Jesus não é carne. E no ano 90, essa controvérsia já invadia a igreja e até nossos dias causa muitos estragos.

Como posso saber se alguém é de Deus ou não? O apostolo João destaca que o critério para examinar as pregações é o tema relacionado a verdadeira encarnação de Jesus.

o espírito que não confessa esse Jesus, verdadeiro homem, não é de Deus (v.3).

Querido irmão e irmã, a ação do anticristo é negar Jesus como verdadeiro homem.

vocês são de Deus (v.4).

É imprescindível destacar que ao final de cada carta para as sete igrejas em Apocalipse há uma palavra de vitória para àqueles que estão e permanecem em Cristo e não se desviam dEle.

Ao enfatizar que vocês são de Deus (v.4), o apostolo João diz que os que vencem os falsos profetas, são os de Deus, ou seja, os que permanecem na fé de que Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

Conforme o verso 5, os falsos profetas são do mundo e por isso, só falam do mundo e a partir do mundo e só os do mundo os ouve e por não serem de Deus, não têm a vitória.

Não creia em todo espírito (v.1). Somos de Deus e os de Deus ouvem os de Deus (V.6). Os de Deus identificam o espírito da verdade pela proclamação, mas também pelo amor.

Tanto a mensagem quanto o amor são de Deus. Mensagem e amor têm sua origem em Deus. Àquele que ama é gerado, foi gerado, nasceu de Deus e conhece a Deus e ama assim como Deus amou.

O que é gerado de Deus comprova sua fé pela confissão de Jesus como verdadeiro homem e Deus e na prática do amor.

Recorde-se que quem não ama, não conhece a Deus (v.8). Conhecimento envolve afeto. Deus é amor. E no amor, Jesus se manifestou e manifesta, ou seja, se torna perceptível (v.9).

Fora da encarnação de Jesus não se conhece o amor de Deus.

O amor está nisto – Ele (Deus) nos amou e enviou o seu filho (v.10). Ele, Jesus, propiciou nosso pecado.

No Antigo Testamento, no dia da expiação, era aspergido sob a pessoa o sangue do cordeiro (hilasterion). Essa era a misericórdia de Deus. Assim João escreve: aqui está o amor, em Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Jesus cobriu os pecados e não os leva mais em conta. Isso é amor. E da forma como Deus nos amou, nos amemos (v.11).

Querido irmão e irmã em Jesus – qual será a importância no fato de João dar tanta ênfase na encarnação?

A encarnação é fundamental para a sexta feira santa. Sem Jesus, verdadeiro homem, não há sexta santa e nem sequer páscoa. Sem Jesus, a obra expiatória não aconteceu e se não aconteceu, o pecador não está salvo.

A verdadeira encarnação é fundamental para afirmar a morte e ressurreição de Jesus.

Na encarnação de Jesus, Deus se fez homem e manifestou o amor para com o mundo perdido.

Destacar a encarnação de Jesus é destacar a importância da santa ceia. Afinal, na ceia o corpo e o sangue de Jesus são oferecidos ao pecador para cobrir pecados.

Edson Ronaldo Tressmann

Todos os seres vivos, louvem o Senhor (Sl 150.6)

 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-11; João 15.1-8

Texto: Salmo 150

Tema: Todos os seres vivos, louvem o Senhor (Sl 150.6)

 

Respire fundo!

Como é bom respirar. Enquanto respiramos estamos vivendo.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

O Salmo 150 descreve a causa do louvor (Sl 150,1-2), o modo do louvor (Sl 150.3-5) e, quem deve oferecer louvor (Sl 150.6).

Ao criar o mundo, após fazer o boneco de barro, Deus soprou nas narinas o fôlego da vida (Gn 2.7). Por causa do fôlego da vida, o ser humano é alma vivente.

O ser humano não vive sem oxigênio. Não há reservatório de oxigênio no nosso corpo. Cinco minutos sem ar, são suficientes para levar alguém ao coma e morrer em decorrência de hipóxia ou falta de oxigenação nos tecidos. Lembrando um fato recente. Este pode ter sido o desfecho fatal da tripulação que embarcou no submarino da OceanGate.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Esse é um modo poético de convocar todos os homens à adoração.

A ideia central é que cada ser vivo que respira tem a responsabilidade e a oportunidade de oferecer louvor a Deus. Como se louva a Deus? De acordo com o Salmo 148.8, louva-se a Deus realizando a função para a qual se foi criado. Ao relinchar, o cavalo louva. Ao trabalhar na lavoura, puxando o arado, o cavalo louva. Quando uma criança balbucia, louva. Quando um passarinho canta, louva. Quando uma mãe limpa o bumbum de um bebê, louva.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

O louvor é uma ação que recai sobre cada ser.

O apostolo Paulo na carta aos Tessalonicenses escreveu: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5.18).

Ao louvar se está respondendo a fidelidade de Deus. É como dizer: obrigado Deus pelo que me concedeu hoje. Aliás, você agradeceu hoje? Pense somente naquilo que você agradeceu hoje! Imagine que, aquilo que você não agradeceu hoje, não terá amanhã. O que irá faltar?

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

A palavra louvor está associada a um profundo sentido de alegria. Louvar devolve a alegria diante de tudo o que sou e possuo. Louvar é orar, cantar, fazer o que se faz todos os dias, sabendo que tudo o que temos veio e vem do Senhor. A reclamação impede nosso louvor. A reclamação atrapalha louvar a Deus. Afinal, a reclamação me impede de agradecer e até mesmo de fazer bem-feito o que devo fazer.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Ao falar em louvor, não se fala apenas de música. A princípio parece ser isso, devido a enumeração dos muitos instrumentos musicais. Se fosse assim, o que seria do desafinado? Daquele que não canta? Não toca instrumento musical?

Ao dizer “Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA), Deus está lembrando as múltiplas formas de louvor e adoração, assim como são variados os instrumentos musicais. Os muitos instrumentos musicais formam uma bela e encantadora sinfonia.

Somos 8 bilhões de pessoas no mundo. Há 8 bilhões de alternativas para louvar e adorar. Cada pessoa é única com um dom especial.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Louvar é tão importante que o louvor é usado como arma espiritual. Davi escreveu: “da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo vingador” (Sl 8.2).

Louvar fortalece a fé e auxilia a vencer os ataques do diabo. O diabo não gosta de música boa. Ele não gosta de hinos que exaltem a Jesus. Ouvir música ruim é deixar o inimigo participar da festa.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Faça da adoração e do louvor uma prática diária. Quer seja através de hinos, serviços e uso dos dons para o reino.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Não é só cantar na igreja. Louvar é viver a fé.

Já notou que por mais triste que se esteja, ouvir alguém cantando um hino dá novo ânimo.

Todo ser que respira louve ao Senhor” (Sl 150.6, ARA).

Não é possível viver sem respirar cinco minutos. Que não saibamos viver sem louvar a Deus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 Quarto Domingo de Páscoa

21 de abril de 2024

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: 1João 3.16-24

Tema: Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 

O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte. O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).

Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

O apostolo João que em sua carta deseja ensinar a reta relação entre a fé e as obras, opondo-se aos que se gloriam de uma fé sem obras. Na época em que o apostolo escreveu essa carta, havia dois grandes perigos:

1 – os hereges que estavam se infiltrando na igreja;

2 – os cristãos que estavam se tornando displicentes.

Assim, nessa epistola, João deseja ensinar a fé (em oposição aos hereges), e o verdadeiro amor (em oposição aos perversos).

Se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus?” (1Jo 3.17).

Observamos com tristeza que os cristãos na maioria das vezes são os que mais querem juntar dinheiro. Não é pecado juntar recursos, mas, qual é o intuito disso?

Você que possui recursos, está disposto a socorrer pessoas necessitadas?

Você sabe a diferença da pata para a galinha?

A galinha ao pôr um ovo anuncia para todos. A pata não. Precisamos ser como a pata. Ninguém precisa saber se socorremos e quem socorremos.

Aprendemos com os relatos iniciais da igreja após a ressurreição de Jesus que a necessidade de alguém era uma oportunidade para testemunhar a fé pelo auxílio ao necessitado (At 2.44; 4.34).

Cristo exortou amar os inimigos, ao amigo, por seres seu irmão na fé, deves o máximo. O apostolo Paulo escreveu para Timóteo: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não creem” (1Tm 5.8).

É preciso ajudar quem não tem com que viver. A regra básica é: não tem amor aquele que possui recursos e, no entanto, não se sensibiliza. (Lutero).

Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações” (1Jo 3.18).

De conversa, muita gente é boa. Mas, atitude, fazer o que precisa ser feito, poucos fazem, em especial àqueles que não falam.

Ao conclamar filhinhos, o apóstolo João está enumerando que há uma fraternidade. E se todos somos irmãos, a herança é nossa.

João diz: amemos os irmãos. Não é um ou outro, mas todos.

Há um ditado latino: “O povo avalia as amizades de acordo com a utilidade”. Eis o problema, amar e socorrer apenas aqueles que supostamente podem nos oferecer algo. O dever sagrado dos cristãos é estar a serviço não da sua própria vantagem, mas da vantagem dos irmãos. É colocar o coletivo acima do pessoal.

Dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

Quando não há sensibilidade pelo outro, não há amor. O amor reflete a fé.

Se porventura ainda lhe falta obras, que não falte a fé, “se o nosso coração nos condena” (1Jo 3.20).

Portanto, meus queridos amigos, se o nosso coração não nos condena, temos coragem na presença de Deus” (1Jo 3.21).

A prática do amor, por mais que exigida, não tranquiliza nosso coração, afinal, nunca saberemos se fizemos o máximo. Outras vezes, nosso amor é mais de palavras. A única coisa que me tranquiliza é a fé. Aliás, a fé é que torna minhas ações, mesmo irrisórias, agradáveis a Deus (Hb 11.6).

Exatamente por isso, o lobo, que é o diabo quer nos afastar constantemente da Palavra de Deus. E se não consegue impedir a Palavra, impede a fé para que não se creia. Ele mistura inverdades com a Palavra de Deus. SE não consegue impedir a Palavra e a fé, esforça-se para impedir a oração e lança a pessoa em tantas ocupações que já não há tempo para orar, ouvir a Palavra e praticar a fé.

Recebemos dele tudo o que pedimos...” (1Jo 3.22).

Se têm uma coisa que o diabo detesta é que se seja grato a Deus.

Certa vez o diabo estava ouvindo um programa de rádio e nesse programa uma pobre mulher pediu socorro aos ouvintes. O diabo chamou seu servo e disse anote tudo o que ela precisa. Após o pedido, o diabo disse ao seu servo para adquirir todas as necessidades daquela mulher e levasse a sua casa e dissesse: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. Ao receber a cesta com as coisas, o servo do diabo disse exatamente as palavras: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. E a senhora respondeu, tudo bem, afinal, quando Deus quer até o diabo executa seu desejo.

A gratidão provém daquele que conhece a origem das suas bênçãos. A oração é dirigida ao autor dessas bênçãos. Nada nos falta e nada nos faltará, inclusive se ajudarmos o necessitado.

Tudo o que suplicamos a Deus é ouvido por Deus. Tudo é atendido por Deus, só nos resta entender como.

Duas coisas são essenciais ao cristão: crer em Jesus e amar os irmãos na fé.

Se João está convicto e por isso escreve essa carta no intuito de nos exortar quanto a prática da fé em amor, e alertar sobre os hereges que surgiam dentro da igreja, o verso 24 tem muito a nos ensinar.

Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive unido conosco” (1Jo 3.24).

Quem crê e vive na prática do amor é de Deus. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, volume 11. Coeditoras, Sinodal, Concórdia e Ulbra, 2010. Pp. 500-506

“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11)

 21 de abril de 2024

Quarto Domingo de Páscoa

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: João 10.11-18

Tema: Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11)

 

Certa vez o exército de Israel sob o comando do rei Saul estava sendo acuado pelo desafio de um gigante, o qual não havia soldado corajoso o bastante para lutar contra ele.

Davi, que havia sido enviado pelo pai para levar mantimentos aos irmãos, se ofereceu a Saul para lutar contra aquele gigante (1Sm 17). E para convencer Saul a deixar lutar contra o gigante, Davi disse: “Meu senhor, - disse Davi – eu tomo conta das ovelhas do meu pai. Quando um leão ou um urso carrega uma ovelha, eu vou atrás dele, ataco e tomo a ovelha. Se o leão ou o urso me ataca, eu agarro pelo pescoço e golpeio até matá-lo. Tenho matado leões e ursos e vou fazer o mesmo com esse filisteu pagão, que desafiou o exército do Deus vivo. O Senhor Deus me salvou dos leões e dos ursos e me salvará também desse filisteu...” (1Sm 17.34-37).

Davi era a figura do povo de Deus de um bom pastor. Alguém que não abandonava suas ovelhas por nada. O Salmista Asafe descreve-o assim: “Então Deus escolheu o seu servo Davi; ele tirou do curral de ovelhas quando ainda pastoreava o rebanho. Ele pôs como rei de Israel, como pastor do povo de Deus. Davi cuidou deles com dedicação e os dirigiu com sabedoria” (Sl 78.70-72). E o profeta Miquéias anunciou: “O rei virá e será o pastor do seu povo, governando-o com força que o Senhor lhe dará e em nome do Senhor, o seu glorioso Deus. O seu povo viverá em segurança, pois o seu poder alcançará os lugares mais distantes do mundo” (Mq 5.4).

Jesus, a exemplo de Davi e Moisés (Sl 77.20; Is 63.11) é esse pastor. E não é qualquer pastor, é o bom pastor. O profeta Ezequiel anunciou isso (Ez 37.24).

O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).

O termo hebraico néphésh corresponde ao grego psyché – alma. Todavia, visa designar a vitalidade de um ser.

Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte.

O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16).

Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros. É um empenho na convivência em amor.

O empenho da vida de Jesus pelas ovelhas se dá nesse momento em que uma ovelha é expulsa do Templo porque foi curada em dia de sábado.

Para destacar esse empenhar-se pela vida das ovelhas, Jesus usa o exemplo do empregado. O termo grego é misthotos – assalariado (pessoa que por determinado salário realiza determinado trabalho, até mesmo pastorear ovelhas). Pelo fato de as ovelhas não serem suas, cuida delas pelo salário, mas em situação que envolverá sua própria vida, não a colocará em risco por ovelhas que não lhe pertencem.

Jesus não está criticando o assalariado. Apenas está enfatizando o motivo do descuido do rebanho por parte daqueles encarregados para cuidar das ovelhas.

A chegada do lobo envolve uma ameaça ao rebanho. É dito sobre Atánasio, mesmo que tenha se destacado na defesa da fé ante os arianos, todavia numa ou outra oportunidade se escondeu entre os monges, no deserto, para evitar o confronto direto com as autoridades.

O assalariado cumpre toda sua obrigação, mas salva sua pele quando as ovelhas entram em perigo. Assim o lobo pode ser ameaças internas e externas.

O lobo voraz é Satanás que arrebata e dispersa as ovelhas. E a última incumbência do bom pastor é salvar as ovelhas diante desse lobo. Como bem escreveu o apostolo Joao na sua carta: “E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito” (1Jo 3.8).

O lobo que ataca o aprisco é terrível e o bom pastor veio dar sua vida para nos conceder vida diante dos ataques do lobo. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 14 de abril de 2024

Guia-me pelas veredas da justiça e todos os dias habitarei na casa do Senhor! Salmo 23

 21 de abril de 2024

Quarto Domingo de Páscoa

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: Salmo 23

Tema: Guia-me pelas veredas da justiça e todos os dias habitarei na casa do Senhor!

 

O fato é que o Salmo 23 é tão popular que encontramos quadros com todo o salmo ou pequenas frases do salmo em rodovias, no lameiro dos caminhões. Encontra-se quadros pendurados em salões de beleza, sorveterias, oficinas mecânicas, casas, ...

O Salmo 23 se tornou uma oração que acompanha as pessoas no dia a dia. Em caso de qualquer natureza de dificuldade, basta recordar parte o u todo o Salmo 23, e o ânimo passa a ser outro. Milhares de pessoas já foram confortadas no leito da morte com as palavras do Salmo 23.

Um salmo muito curto. Na versão hebraica são apenas 56 palavras.

Nesse Salmo, Deus é apresentado como um pastor (vv.1-4) e um hospedeiro (vv.5-6).

Esse Salmo é um verdadeiro diálogo, onde Davi se dirige a Deus e aos ouvintes do Salmo. Nesse salmo temos um pastor que guia, orienta, alimenta e busca a ovelha.

O salmo 23 possui uma riquíssima dimensão teológica. O que é afirmado nesse salmo traz consolo em toda e qualquer situação.

Interessante que Jesus se denomina como sendo O bom pastor.

Esse pastor, descrito pelo Salmo e descrito por Jesus como sendo Ele mesmo, foi anunciado e descrito pelo profeta Ezequiel quando o povo de Deus estava cativo na Babilônia (Ez 34.15).

Davi, o autor do Salmo era pastor de ovelhas (2Sm 16.11) e foi escolhido por Deus para ser pastor do povo (Sl 78.71-72). Ao dizer isso, registro que no Salmo 23, Davi insiste em dizer que Deus é o seu pastor e o quanto necessita desse pastoreio divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Davi ensina, mesmo como líder e rei do povo, que a verdadeira liderança pertence a Deus. É de Deus o pastoreio. Ele pastoreia com um objetivo muito simples.

Vejamos na leitura do Salmo 23, as qualidades do pastoreio divino. Ele é pastor de cada um (como se pastoreasse apenas você); não nos deixa ter carência de nada; permite descansar tranquilamente; conduz em segurança mesmo em meio a perigos; restitui as forças para a alma; guia por caminhos certos, mesmos parecendo estar caminhando num caminho ruim.

No Salmo 23, Davi fala sobre o pastor. Essa ovelha é testemunha pessoal do pastoreio divino. Davi descreve a sensação de como é agradável ser ovelha desse pastor.

Ser ovelha é tranquilo, mas, ser pastor envolve muito trabalho.

No antigo Israel, o trabalho do pastor é descrito como uma luta árdua, e as vezes dramática, para garantir a permanência do rebanho. Ouça o que disse Jacó ao seu sogro Labão: “Durante os vinte anos que trabalhei para o senhor, as suas ovelhas e as suas cabras nunca tiveram abortos, e eu não comi um só carneiro do seu rebanho. Nunca lhe trouxe os animais que as feras mataram, mas eu mesmo pagava o prejuízo. O Senhor me cobrava qualquer animal que fosse roubado de dia ou de noite. A minha vida era assim: de dia o calor me castigava, e de noite eu morria de frio. E quantas noites eu passei sem dormir” (Gn 31.38-40).

O próprio Davi ao querer convencer Saul de lutar com o gigante disse: “...eu tomo conta das ovelhas do meu pai. Quando um leão ou um urso carrega uma ovelha, eu vou atrás dele, ataco e tomo a ovelha. Se o leão ou o urso me ataca, eu o agarro pelo pescoço e o golpeio até matá-lo. Tenho atacado leões e ursos...” (1Sm 17.34-36).

Vida de um pastor não era fácil. Na verdade, cuidar de um rebanho era exigente e muito perigoso. Por isso, Jesus ao se descrever como o bom pastor diz que o assalariado, aquele que cuida de um rebanho que não é seu, foge diante de qualquer perigo proveniente de um lobo.

Pastor e rebanho estavam sempre em caminhada. Interessante que o salmista enumera a ovelha, pois diferentemente da cabra que não consegue se equilibrar quando precisa passar em lugares apertados. As cabras rapidamente ficam com sede e não suportam caminhadas longas (Pv 4.26; Is 26.7).

Davi, a ovelha no salmo 23, diz que por causa desse pastor, não sente falta de nada. A ideia de ausência de carência também está presente no Salmo 34.11; 8.6. Seria muito maravilhoso podermos confessar: não sinto falta de nada.

Confessar: nada me faltará provém da certeza de quem é o nosso pastor.

O pastor oferece ao rebanho: pastos verdes (Ez 34.14); ervas novas, águas tranquilas. Conduz à lugares de vida e não de morte. E junto a tudo isso, o pastor restaura a alma (Sl 23.3), ou seja, recolhe as ovelhas dispersas (Ez 39.27).

Além de guiar seu rebanho, o pastor se ocupa em trazer de volta as ovelhas perdidas.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

No salmo 23, em especial nos três primeiros versículos ocorrem os seguintes verbos: conduzir v.2; trazer de volta v.3; guiar v.3.

O salmista Asafe no Salmo 77.21 escreveu: “guiaste teu povo como um rebanho”.

O pastor nos conduz, traz de volta e guia pela trilha da justiça (Sl 23.3).

Você já caminhou numa trilha?

Uma trilha é um caminho por onde alguém já trilhou. Quem caminha numa trilha segue o caminho deixado por outro.

Pelas veredas (trilhas) da justiça (Sl 23.3) o pastor quer trazer a ovelha de volta. Seu desejo é devolver para a ovelha seu bem-estar, sua vida. Afinal, ovelha não sobrevive sozinha.

Na caminhada do pastor com sua ovelha, ambos trilham a vereda da justiça. Com justiça o pastor quer guiar (Sl 5.9), pois pastoreia segundo o direito (Ez 34.16).

Aprendemos na Palavra de Deus a respeito das trilhas do Senhor (Sl 17.5). E essa trilha é a justiça, o direito e a retidão (Pv 2.9). Nessas trilhas pingam gordura (Sl 65.12). O próprio pastor (Deus) se propõe aplainar a trilha do justo (Is 26.7; Pv 5.21), significando ensinar o caminho da sabedoria e fazê-lo andar nas trilhas da retidão (Pv 4.11).

Ser guiado pela vereda da justiça significa ser conduzido e guiado num caminho que o povo de Deus conhece. Esse caminho se transformou em ensino. Por isso o salmista diz: feliz quem sente prazer nesse ensino (Sl 1.2). Por esse fato, Deus é tão insistente quanto a questão do ensino (Sl 113). Por essa razão, em um de seus mandamentos solicitou a dedicação de um dia por semana retornar a casa do Senhor (Sl 23.6; 122) e aprender o ensino a respeito da trilha do pastor divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Essa trilha da justiça na qual sou guiado e conduzido deve-se ao amor do seu nome (Sl 23.3).

O nome do Senhor é modelo de justiça. Deus santificou seu nome ao libertar seu povo da escravidão (Lv 22.31-33). O nome de Deus garante que Deus é o que sempre foi (Ex 3.14).

YAHWEH significa sou o que sou, estou sempre presente. E por isso, o salmista destaca que o pastor está sempre com sua ovelha (Sl 23.4).

O pastor é pastor e conduz como conduz por causa do seu nome. Tudo o que o pastor divino faz em benefício das ovelhas, o faz por ser e estar presente.

O fato é que enquanto rebanho e pastor estão caminhando, surgem adversidades. Assim como surgia na caminhada de um lugar para outro. E o salmista diz: mesmo que (Sl 23.4). Nesses momentos se prova o pastoreio divino. Mesmo que eu ande por um vale escuro, não tenho medo, porque tu estás comigo. Teu bastão e cajado, me confortam.

Era natural que durante a caminhada, surgissem caminhos íngremes, estreitos e montanhosos. Assim é a região desértica de Judá. Devido as montanhas, a luz do dia não chega com força total e o dia termina antes. E por ser lugar montanhoso, a travessia é perigosa. Para que tudo corra bem na travessia, duas coisas são essenciais: o bastão e o cajado.

Bastão – uma vara mais curta, mais resistente e pesada. Num dos lados é arredondado, como uma pequena maça. O bastão possui esse formato pois se torna uma arma para defender o rebanho diante de algum animal selvagem.

Cajado – mais comprido, sendo possível ao pastor se apoiar. O cajado conduz o rebanho. O pastor toca com o cajado nas rochas para que os animais sejam guiados pelo som. Outras vezes, com o cajado conseguia tirar um galho de árvore da frente.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, ...” (Sl 23.4).

Em hebraico a palavra escuridão ilustra um lugar marcado pela opressão (Is 9.1,3). O deserto por onde o povo de Deus caminhou é descrito como sendo terra de aridez e escuridão (Jr 2.6).

Escuridão é tudo aquilo que ameaça a existência do rebanho e da ovelha. É lugar onde não há segurança de sobrevivência. Ao exclamar “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, ...” (Sl 23.4), Davi enfatiza que o pastor divino está com quem passa por essa situação. O Senhor, o pastor divino, transforma luz em escuridão (Jr 2.16), mas também a escuridão numa manhã luminosa (Am 5.8). A ação divina ocorre de acordo com as circunstâncias que surgem.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

A ovelha é conduzida em segurança e quando chega aonde é para chegar, ela é bem recebida. O pastor divino é hospitaleiro.

A ovelha é alimentada (Sl 23.5).

Asafe no Salmo 78.19 escreveu que o povo se perguntava: “Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?” Sabemos que o rebanho do pastor divino foi alimentado no deserto.

A hospitalidade do pastor divino se dá em meio aos agressores das ovelhas (Sl 23.5).

A expressão agressor (inimigos, Sl 23.5) é uma referência as pessoas que causam aflições a outras pessoas. São os lobos da parábola contada por Jesus (Jo 10.12).

Ao saber que o pastor oferece segurança e alimentação em meio aos agressores é consolador.

Por ocasião de uma refeição festiva, era colocada uma pequena quantia de gordura perfumada na cabeça da pessoa. À medida que o corpo ia se aquecendo, a gordura que derretia espalhava perfume por todo ambiente (Sl 133.2). Esse cheiro refrescava a pele da cabeça e auxiliava no repouso. Por isso, “unges a minha cabeça com óleo...” (Sl 23.5) e “o meu cálice transborda...” (Sl 23.5).

A abundância do hospedeiro é dispensada ao hospede. Transbordante (Sl 23.5) significa beber até ficar embriagado. A taça transbordante significa bem-estar do coração. Ou seja, a presença de Deus é tão profunda somos regozijados até mesmo nos piores momentos da vida (em meio aos inimigos).

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23.6).

O Salmo que descreve uma caminhada, a trilhas e os perigos na peregrinação, termina destacando que não são os inimigos que perseguem a ovelha do rebanho do pastor. O rebanho é perseguido pela bondade e misericórdia do pastor divino.

O verbo hebraico perseguir transmite a ideia de alguém que está agarrado (Sl 71.11).

Eu sou uma ovelha agarrada e quando desgarrada, fui buscada pelo pastor divino. O trilho da justiça é o caminho onde estou seguro pela bondade e misericórdia de Deus. Por esse motivo, retorno todo o tempo para a casa de Deus. Um lugar onde sou alimentado e fortalecido.

O Salmo 23 é contraponto do Salmo 22. Enquanto no Salmo 22, o homem nem se sentia mais um ser humano, tamanho sofrimento, no Salmo 23, esse ser humano é conduzido pelo pastor divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Que maravilhoso conhecer esse pastor divino que disse de si mesmo: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

Fernandes, Leonardo Agostini. Dança, ó terra: interpretando Salmos. São Paulo: Paulinas, 2013.

Stadelmann, Luis I.J. Os Salmos da Bíblia. São Paulo: Edições Loyola e Paulinas. 2015.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

“Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48)

 Dia 14 de abril de 2024

Atos 3.13-19; Salmo 4; 1Jo 2.1-5; Lucas 24.35-48

Celebração de 36 anos dos primeiros assentados do MST em Querência do Norte – PR

 Texto: Lc 24.48

Tema:Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48)


Honrado em estar aqui novamente. Estive na celebração dos 20 anos, 30 anos e agora 36 anos.

Celebrar 36 anos de um evento marcante na vida de todos vocês. Dia 03 de abril de 1988. Domingo de Páscoa. Desembarcavam 65 pessoas na represa da Jabur. Não traziam apenas enxadas, enxadões, roupas, lonas, cordas, machados, facões. Assim como se celebra a cada Páscoa, desembarcavam cheios de esperança de terem chegado na terra prometida.

Logo depois, vieram outras 40 pessoas. E quão importante foi a chegada dessas famílias. Afinal, o grupo ficou maior e todos passaram a sonhar o mesmo sonho. Juntos, todos de igual importância construíram o que hoje conhecemos como assentamento Capanema.

Muitas pessoas que iriam vir não vieram, outras retornaram, outros que nem sequer esperavam estar aqui, acabaram vindo. E aqui estamos nós, celebrando 36 anos de história.

Caríssimos jovens: atentem-se para um fato. Você faz parte de uma geração agraciada. Poder reviver a história por testemunhas vivas.

Acompanhamos as leituras bíblicas desse final de semana, e dentre as quatro leituras, quero destacar palavras que os farão reviver àquele domingo do dia 03 de abril de 1988. Atos 3.13-19: Páscoa. Salmo 4: sofrimento, tal como estar num lugar apertado e numa situação sem saída. 1João 2.15: Luta. Lucas 24.35-48: medo, dúvida, alegria e testemunho.

Dessa forma, ao juntar as palavras páscoa, sofrimento, luta, medo, dúvida, alegria e testemunho, resumimos o que vocês enfrentaram num curto espaço de tempo.

Essas mesmas palavras fazem parte daquele primeiro novo dia dentro da criação: a Páscoa.

As aparições de Jesus aos seus discípulos durante 40 dias após ressuscitado, visava fortalecer a convicção para que eles fossem testemunhas. Disse Jesus: “Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48).

O Jesus ressuscitado apareceu para Maria Madalena, para os discípulos, para discípulos que estavam voltando para sua casa, na zona rural, 11 km de Jerusalém. Esses homens desiludidos, tristes, desanimados, reconhecem aquele estranho que caminhava com eles enquanto esse partia o pão. A alegria os fez retornar para Jerusalém para testemunhar para os outros.

O testemunho desses não era suficiente, pois ainda restava dúvida e preocupações. E Jesus se apresenta e diz: “que a paz esteja com vocês!” (Lc 24.36) e pede para que o toquem e parem de duvidar (Lc 24.37-39). E depois da dúvida a alegria foi tão intensa que não acreditavam (Lc 24.40).

Toda caminhada se dá entre dois polos – tristeza e alegria;

    preocupação e exultação;      

   desanimo e euforia;

   dúvida e alegria.

No Salmo 4, vemos um Davi que passando por um dos momentos mais difíceis da sua vida a ponto de descrever como estando num lugar apertado e sem saída, testemunha fielmente o cuidado e a proteção de Deus a ponto de deitar-se e dormir tranquilamente.

Em Atos acompanhamos Pedro, que por medo havia negado a Cristo, testemunhando a respeito da sua ressurreição (At 3.15).

Na carta de João ouvimos as palavras de alerta para que se lute contra o pecado. Aqui eu faço uma observação: somos, todos nós somos pecadores. Todavia, vocês que sempre foram criticados de serem ladrões, vândalos, lutaram bravamente e criaram suas famílias honestamente. Obrigado por esse testemunho pessoal de vocês, enquanto muitos ainda dizem o contrário.

O relato da ressurreição de Jesus Cristo nos traz luz, graça, força, consolo.

Foi num dia de Páscoa e muitos de vocês vivenciaram algo idêntico ao que os discípulos de Jesus viveram: dúvida, medo, insegurança, desânimo. E a exemplo dos discípulos de Jesus, todos nós vivemos na mesma alegria: Jesus Ressuscitou!

O Jesus Ressuscitado é a nossa maior alegria, afinal, não temos terra aqui nesse mundo. Nossa pátria não é aqui. Ouçamos o relato escrito na carta aos Hebreus: “Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e saiu para uma terra que Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio país, sem saber para onde ia. Pela fé ele morou como estrangeiro na terra que Deus lhe havia prometido. Viveu em barracas com Isaque e Jacó, que também receberam a mesma promessa de Deus. Porque Abraão esperava a cidade que Deus planejou e construiu, a cidade que tem alicerces que não podem ser destruídos” (Hb 11.8-10).

Ao dizer: “Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48) é preciso destacar que é fácil deixar de testemunhar.

Para testemunhar é preciso não desanimar nunca. È preciso suportar as dúvidas alheias, os desanimados, os tristes e os desencorajados.

Para testemunhar é preciso alimentar-se constantemente do testemunho bíblico: Jesus Ressuscitou! Sua vitória é a nossa vitória. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...